Findou-se o carnaval. Que lindo tempo de festividades.
Quarta-Feira de Cinzas foi. Estive lá. Para alguns um choque: festa seguida de cinza. Mas é uma reflexão interessante demais. Sem pensamentos, não há crescimento.
No compasso cadenciado do tempo, emerge um período de reflexão e renovação: a Quaresma. Sob o véu cinzento das cinzas, desponta uma jornada interior que nos convida a mergulhar nas profundezas do nosso ser. É um convite para transcender o efêmero, para buscar um renascimento que transcende as limitações do pó.
Na sua essência, a Quaresma é um convite à transformação. É o momento em que nos deparamos com nossas fragilidades, com nossos limites, com a finitude da nossa existência. Somos confrontados com a efemeridade da vida, com a certeza inexorável da morte. As cinzas que marcam o início desse período simbolizam não apenas a transitoriedade da matéria, mas também a oportunidade de ressurgir das próprias cinzas, como a fênix lendária.
Nesse tempo de recolhimento, somos desafiados a olhar para dentro, a confrontar nossos demônios internos, nossas fraquezas, nossos vícios. É um período de introspecção profunda, no qual nos deparamos com nossas sombras e, ao mesmo tempo, buscamos a luz que nos conduz ao renascimento.
O processo de renovação na Quaresma não se trata apenas de abstinência ou privação, mas de um verdadeiro mergulho na alma, de uma reconexão com o divino que habita em nós. É o tempo de nos despojarmos do supérfluo, de nos desapegarmos das amarras que nos prendem ao passado e nos impedem de avançar rumo ao nosso verdadeiro potencial.
É um período de metamorfose, no qual somos convidados a deixar para trás aquilo que já não nos serve mais, a nos desfazermos das camadas de superficialidade que acumulamos ao longo do tempo. Como a lagarta que se recolhe em seu casulo para emergir como borboleta, assim também nós nos recolhemos na Quaresma para nos transformarmos em seres mais plenos, mais autênticos, mais conectados com o sagrado que pulsa em cada fibra do universo.
Ao final desse período de purificação, emergimos não apenas como seres renovados, mas como testemunhas da nossa própria capacidade de ressurgir das cinzas. Somos lembrados de que, mesmo na escuridão mais profunda, há sempre uma luz que brilha, uma esperança que nos impulsiona para frente.
Não é mera penitência senhores. É redescoberta.
Não é introspecção ou silêncio. É raciocínio para um discurso acalorado de amor.
É tempo de mudarmos a nós mesmos. Para nossa melhor versão.
Nasceremos mais caridosos, mais pacíficos, mais família, mais carinhosos, mais dispostos, mais bondosos.
Por consequência: mais felizes.
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