Capas icônicas inspiradas em pinturas e fotos famosas – Parte I

  • 1 de março de 2024
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As capas são imprescindíveis para chamar a atenção do público, e muitas delas são verdadeiras obras de arte, embalando outras obras. Mas, também temos capas que utilizaram ou foram inspiradas em obras artísticas, como pinturas ou fotos que marcaram. A ideia desta matéria, dividida em duas partes, surgiu em um bate papo com o pessoal do grupo São Luiz In Rock, então escolhi para esta primeira parte, 4 capas, incluindo a de “Roots”, do Sepultura, que era o assunto da conversa.

Em um dos mais aclamados discos de sua carreira, “Roots”, o Sepultura utilizou parte da pintura usada na cédula de 1.000 cruzeiros, que circulou entre 90 e 94, escolhida pela combinação com a temática e “brasilidade” do álbum, onde inclusive fizeram composições com participação do povo Xavante. Além disso, a arte já era de domínio público então não teve burocracias com direitos autorais e licenças. A arte da cédula foi criada por Álvaro Alves Martins, projetista da casa da moeda nos anos 90.

O Guns n’ Roses buscou inspiração para seu icônico álbum dividido em duas partes, “Use Your Illusion I & II”, em um detalhe de uma das mais famosas pinturas do artista italiano renascentista Rafael, o quadro “A Escola de Atenas” pintado entre 1509 e 1510. As artes  da capa dos discos foram feitas pelo artista estoniano-americano Mark Kostabi, que usou um esquema de cores amarelo e vermelho para Use Your Illusion I e roxo e azul para II.

Os álbuns levaram o nome das pinturas utilizadas na capa, que o irmão do artista, Paul Kostabi, intitulou Use Your Illusion.

De acordo com Alan Niven, antigo empresário da banda, Axl Rose pagou ao artista Mark Kostabi US$ 75 mil pelo uso da arte, sem saber que as imagens eram de domínio público e evidentemente poderiam ter sido usadas de graça. Ou simplesmente não se importou em pagar pelo trabalho.

O Led Zeppelin em seu primeiro álbum, que trazia então um novo estilo contundente para o mundo da música e do Rock, em faixas como “Good Times, Bad Times”, “Dazed and Confused” e ‘Communication Breakdown’, e a banda precisava de uma imagem apropriada para combinar tanto com a música quanto com o nome. A foto icônica de Sam Shere do desastre de Hindenburg, onde capta o momento exato da combustão do dirigível, foi a ilustração perfeita, combinando com o nome e o estilo musical do Zeppelin.

Bruce Dickinson também utilizou-se de pinturas de artistas emblemáticos em dois de seus álbuns solo. Em “The Chemical Wedding”, de 1998, usou a pintura The Ghost of the Flea (1819-20), de William Blake, e depois em “Tyranny of Souls”, de 2005, usou uma seção do Triptych of Earthly Vanity and Divine Salvation, de Hans Memling (1485). A arte mística e oculta de Blake combinou com a sonoridade e clima que Bruce deu ao disco, e Ghost of the Flea traduz muito do caráter da música. Em “Tyranny of Souls” a capa traz o terceiro painel do tríptico mostrando o Inferno e assim fortalece o conteúdo musical que trata, em parte, dos medos humanos.

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