Em poucos dias, as chuvas despejaram precipitações enormes em várias regiões do Rio Grande do Sul. Em São Luiz Gonzaga superou a marca de 332mm, medição conhecida na terça-feira passada. As chuvas são necessárias, mas se tornam problemas, quando têm duração por vários dias contínuos, porque o solo perde a capacidade de absorver o volume derramado e, quando isso acontece, procura espaço para acomodar o excesso d’água, gerando ocupação das beiradas dos rios e riachos, até alcançar as ruas e casas, estágio em que desacomoda famílias e estabelece o caos urbano.
A outra face da enxurrada é a consequência nas plantas. Como estamos no inverno, o alvo são as lavouras de trigo, canola e milho. O agrônomo Murilo Queiroz, da equipe técnica da Coopatrigo, informou que o trigo e a canola estão em período de florescimento e, em breve, do enchimento de grãos e a umidade excessiva gerada pelas chuvas intensas, pode gerar fungos, como a giberela. Tudo é possível, mas só saberemos se isso realmente está acontecendo, quando o clima permitir vistoriar as lavouras, o que no início desta semana era impossível, informou Murilo, que reafirmou que as lavouras de inverno vêm se desenvolvendo normalmente e prometendo uma boa colheita. Quanto ao milho, a ameaça era o afogamento da semente, em função do excesso de chuvas.
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Vendas de animais na Expointer
Encerrada a 46ª Expointer, a avaliação é apresentada pelos números. As vendas de animais totalizaram o equivalente a R$ 11,8 milhões. O resultado representa uma queda de 5,6% em relação aos certames realizados na edição do ano passado, quando a comercialização alcançou R$ 12,5 milhões. Contribuiu para esse resultado, a não realização da Feira de Ventres e Novilhas Selecionadas e a não realização de um leilão de cavalo crioulo.
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Vendas gerais e público na Expointer
As vendas de animais e máquinas agrícolas superaram todos os resultados das edições anteriores da Expointer. Foram apurados R$ 7,98 bilhões em negociações, 11,7% superior ao ano passado. O público que visitou a Expointer superou a marca de 818 mil pessoas. Outro recorde batido veio do Pavilhão da Agricultura Familiar, onde as vendas alcançaram R$ 8,67 milhões, incremento de 7% em relação a feita de 2022.
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Banrisul aumenta sua participação nos negócios realizados na Expointer
O Banrisul alcançou um volume recorde de negócios na 46ª Expointer, atingindo R$ 1,264 bilhão. Esse valor representa crescimento de 52% em relação ao registrado na feira do ano anterior. Do total, R$ 663 milhões foram destinados ao financiamento de máquinas e equipamentos. R$ 73 milhões para armazenagens e R$ 344 milhões para irrigação. Correção de solo, sistemas de energias renováveis e desenvolvimento.
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Farsul faz análise da Expointer
O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, em declarações à imprensa, disse que a Expointer não é mais uma feira estadual, mas nacional, muito maior que as fronteiras do Rio Grande do Sul. Em sua manifestação também abordou temas sensíveis para a agropecuária, como as dificuldades do setor leiteiro, a queda nos preços dos grãos e carnes, o calendário do plantio da soja, segurança jurídica na questão agrária e o acordo Mercosul-UE.
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Recursos ilimitados para reestruturar a dívida dos produtores rurais
Em sua manifestação durante a Expointer, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, anunciou a liberação de recursos ilimitados para reestruturar as dívidas dos produtores rurais associados de cooperativas em decorrência de perdas causadas pelas estiagens no Rio Grande do Sul. Mas os produtores de leite ainda não têm solução para a concorrência dos importadores desse produto, somente paliativos, como aumento de imposto de importação para alguns produtos adquiridos fora do Mercosul. Admitiu a possibilidade de desoneração da cadeia produtiva e aumento nas compra para a merenda escolar e compras sociais. De acordo com um produtor, presente na cerimônia, o custo da produção de leite supera os R$ 2,00 e os produtores estão recebendo R$ 1,90 a R$ 1,95 por litro.
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Flexibilização no calendário do plantio da soja
Em sua passagem pela Expointer, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, deu mais detalhes sobre a flexibilização do calendário de plantio da soja para a safra 2023/2024. O calendário havia sido delimitado para o período de 1º de outubro e 8 de janeiro de 2024, o que reduziu o período de semeadura em 40 dias, inviabilizando o plantio da safrinha. Por isso, o Rio Grande do Sul será dividido em duas regiões, Sul e Norte. Serão dois calendários para essas regiões, a fim de atender aos anseios dos produtores. O ministro assegurou que o produtor brasileiro terá a melhor janela para o plantio na sua região.
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Hidrogênio Verde no RS
O governador Eduardo Leite e a secretária do Meio Ambiente e Infraestrutura, Marjorie Kauffmann, assinaram, durante a Expointer, protocolo para dar início ao Programa de Desenvolvimento da Cadeia de Hidrogênio Verde no Rio Grande do Sul (H2V-RS). Vai ocorrer a partir da publicação de Decreto Estadual, em data ainda não definida. Uma consultoria foi contatada para avaliar a viabilidade comercial do hidrogênio verde. Além de viabilizar a produção, transmissão, armazenagem e uso do H2V, a política que estimular a transição energética para favorecer uma economia de baixo carbono com geração de renda e empregos. O governo prevê um incremento de R$ 62 bilhões no PIB do Estado e cerca de 41 mil empregos diretos e indiretos.
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33 mil produtores de leite estão ativos no RS
O número de produtores de leite no Rio Grande do Sul despencou 60,78% em quase uma década, tendo recuado de 84.199 em 2015 – data do primeiro diagnóstico realizado pela Emater, para 40,182 em 2021 e 33-019 neste ano. Com isso, o rebanho leiteiro gaúcho encolheu 34,47% no período, de 1.174.762 vacas em 2015 para os atuais 769.812 animais. Os indicadores são do Relatório socioeconômico da Cadeia Produtiva do Leite no RS – 2023. Somadas, as propriedades rurais leiteiras produzem hoje 3,836 bilhões de litros de leite por ano, volume 8,91% inferior aos 4,212 bilhões registrados em 2015 e também abaixo do total verificado na pesquisa de 2021, de 4,079 bilhões de litros anuais. O desempenho dos rebanhos, no entanto, aumentou no período analisado, como resultado da profissionalização da atividade e do uso de técnicas modernas de manejo. A produtividade média das vacas leiteiras teve um avanço de 39,01%, de 11,7 em2015 para 16,3 litros diários neste ano. O volume médio produzido em cada estabelecimento rural reflete um salto de 132,29%, de 137 para 317 litros por dia na mesma base de comparação. São menos propriedades, mas com uma média maior de vacas e com vacas mais produtivas.
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