A Polícia Civil, contando com a participação da Brigada Militar e da Secretaria Estadual da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (defesa animal e defesa vegetal), todos participantes da Operação Hórus, executam na manhã desta sexta-feira, dia 23, 16 mandados de busca e apreensão contra uma célula criminosa que comercializa agrotóxicos de uso proibido no Brasil (especialmente o Paraquat), tendo como bases cidades próximas da fronteira com a Argentina.
Participam da operação mais de 90 policiais (civis e militares) e 13 fiscais, em 38 viaturas e 2 embarcações. Entre as cidades-alvo das buscas estão Porto Lucena, Porto Xavier, Santa Rosa e Santo Ângelo. Segundo a Polícia Civil, a ação é integrante da Operação Hórus, resultado de uma investigação coordenada pela Draco de São Luiz Gonzaga e Departamento de Polícia do Interior (DPI). A quadrilha tinha como sede principal a cidade de Porto Lucena, mas também utilizava cidades estratégicas na região para a distribuição e venda dos agrotóxicos ilegais, como Porto Xavier, Santa Rosa e Santo Ângelo.
O grupo se dividia entre quatro principais vendedores dos agrotóxicos proibidos, com atuação direta junto a produtores rurais do Estado. Esses vendedores contavam ainda com o apoio logístico de pelo menos três fornecedores dos agrotóxicos, que usavam de pontos estratégicos na zona rural de Porto Lucena, local onde armazenavam e escondiam os produtos criminosos. As investigações mostram que uma ilha no Rio Uruguai, na fronteira com a Argentina, era utilizada pelo grupo criminoso para o armazenamento de agrotóxicos proibidos
Vereador era um dos chefes do esquema criminoso
De acordo com a polícia, no decorrer das investigações feitas pela Draco de São Luiz Gonzaga, um dos chefes do esquema criminoso ocupa o cargo de vereador num dos municípios alvos das buscas, que não foi revelado. Em áudios coletados no decorrer das investigações, percebe-se indícios de que o vereador realizava a venda de agrotóxicos proibidos inclusive durante a sessão legislativa.
O referido vereador foi preso em flagrante por uma equipe da Draco transportando 500 litros do agrotóxico Paraquat, avaliados em mais de R$ 50 mil. O herbicida é proibido não apenas no Brasil, mas na maioria dos países produtores agrícolas. O vereador responde a inquérito policial pelos crimes de venda e transporte ilegal de agrotóxicos, associação criminosa e outros crimes.
Esquema movimentou mais de R$ 500 mil em seis meses
As investigações da Draco São Luiz Gonzaga abrangem período de tempo aproximado de seis meses. No decorrer dos trabalhos, que contaram também com a participação efetiva dos demais órgãos de segurança pública e fiscalização envolvidos na Operação Hórus, apurou-se que a célula criminosa movimentou, em poucos meses, mais de R$ 500 mil em contas bancárias próprias e de laranjas, especialmente familiares próximos.
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