Uma Lição de Continuidade

  • 1 de setembro de 2023

No último sábado, nas terras de Esteio, na Expointer, testemunhamos algo mais do que uma simples apresentação musical. Fomos privilegiados ao sermos espectadores de um momento que ecoou através das gerações e trouxe à tona uma reflexão sobre a vitalidade da música gaúcha, enraizada no coração do Rio Grande do Sul. Quem me conhece sabe. É tradição arraigada neste jovem médico caminhar naqueles pavilhões e sentir o cheiro daquele momento, ano após ano.

A Expointer, um palco onde a cultura gaúcha se encontra com a agricultura, sempre foi um lugar especial para celebrar a tradição do Rio Grande. No entanto, o que aconteceu nesse dia foi um daqueles momentos raros que transcendem o entretenimento e nos fazem olhar para o futuro com esperança e inspiração.

A música, como a história de um povo, é uma forma de preservar e transmitir tradições de geração em geração. Muitas vezes, tememos que os valores e as artes tradicionais se percam nas correntes mutáveis do tempo. Mas, no sábado, vimos que a música gaúcha continua a fluir nas veias da juventude.

Uma criança espontaneamente no meio do público, assistindo o renomado cantor Lisandro Amaral, tomou os olhares de todos e ousou entoar uma canção do lendário Enio Medeiros. Esse gesto simples, mas carregado de significado, foi um testemunho do legado que está sendo transmitido às futuras gerações. Foi a prova de que as raízes da música gaúcha estão profundamente fincadas no solo do Rio Grande do Sul e que, mesmo nas mãos e vozes das crianças, elas florescerão com vitalidade.

“Sou caseiro, casereando, eu casereio… Nos ranchos, nas fazendas e onde ande…Sou feliz por ter nascido aqui no Sul, e fazer parte deste querido Rio Grande”, cantou o infante, em voz fina de 5 anos apenas.

Foi uma lição de continuidade, uma demonstração de que as tradições não precisam ser relíquias empoeiradas do passado, mas sim vivas e ressoantes no presente. E foi um chamado à ação para que todos nós, como guardiões da nossa cultura, continuemos a compartilhar e celebrar a música e as tradições gaúchas com as gerações vindouras.

Nesse momento de emoção e renovação, lembramos que a música é uma força unificadora que transcende barreiras e gerações. Ela é uma linguagem universal que nos conecta uns aos outros e à nossa história. Que este episódio na Expointer nos inspire a preservar e celebrar as raízes musicais que nos definem, e que a música gaúcha continue a contar a história do Rio Grande com a mesma paixão e vitalidade que a têm caracterizado por tanto tempo.

 

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